A história dos vinhos.
A HISTÓRIA DOS VINHOS
kaye
yamamoto de oliveira
O
vinho possui grande importância no contexto histórico e religioso da
humanidade, mas apesar da história nos
apontar alguns dados, não é possível se ter certeza de como, em que local, nem
em que data tudo aconteceu. Tão pouco é possível se apontar o inventor dessa
bebida. Qualquer lugar onde uvas foram cultivadas ou colhidas naturalmente na
natureza e posteriormente ocorrido sua fermentação, pode ter sido o “berço” do
vinho.
Existem
ainda lendas de onde se começou a produção do vinho. Uma delas está escrita no
velho testamento, no capítulo 9 de Gênesis, sobre Noé, que depois de retirar os
animais, plantou um vinhedo, fez o vinho, bebeu e se embriagou. Outra lenda diz
que uma das mulheres de um sultão babilônico, ao deixar de ser sua esposa
predileta, tentou se matar ingerindo um suco de uva, contido em um jarro, que
acreditava estar podre. Ao beber este suco, ela se sentiu mais alegre, feliz e
disposta e ao levar essa bebida ao sultão, que também se sentiu mais alegre,
voltou a ser sua esposa predileta.
O que
se sabe de fato é que os
egípcios, em cerca de
Sucedendo
a queda romana, uma grande crise abateu a Europa. Províncias foram reduzidas a
reinos de futuro impreciso que se relacionavam mal, causando grande
instabilidade econômica. A produção do vinho sofreu então um retrocesso neste
continente, ficando praticamente restrita às mãos da igreja Católica.
O
simbolismo do vinho na liturgia católica não poderia ter enfoque maior: era o
sangue de Cristo. A Igreja começou a se estabelecer como proprietária de
extensos vinhedos nos mosteiros das principais ordens religiosas da Europa. Os
mosteiros eram recantos de paz, onde o vinho era produzido para o sacramento da
eucaristia e para o próprio sustento dos monges. Por volta do século XIII, as
cruzadas católicas livraram o Mar Mediterrâneo do monopólio árabe,
possibilitando a exportação do vinho pelas vias marítimas.
Com o
Renascimento e as grandes navegações, o continente americano conheceu as uvas
europeias e a cultivo de vinhedos. Cristóvão Colombo trouxe uvas às Antilhas em
1493, e após a adaptação às terras tropicais, as videiras foram exportadas para
o México, os Estados Unidos e as colônias espanholas na América do Sul.
Já com
a Revolução Industrial, no século XVIII, o vinho perdeu muito em qualidade,
porque passou a ser fabricado com técnicas industriais, para possibilitar sua
produção em massa e venda barata. Para completar esse cenário ruim, uma grande
praga quase dizimou todos os vinhedos europeus no final do século XIX, sendo o
problema resolvido somente através de um enxerto com as videiras americanas,
sendo essa técnica utilizada até hoje.
No
século XX, após a segunda grande guerra mundial, a vitivinicultura evoluiu
muito, acompanhando os avanços da tecnologia. O cruzamento genético das cepas
das uvas, a formação de leveduras transgênicas e a produção mecanizada elevaram
substancialmente a qualidade e o sabor do vinho. Nessa mesma época iniciou-se um
grande intercambio cultural, onde os filhos dos produtores do novo mundo
passaram a estudar em grandes escolas de enologia da Europa, levando novos
conhecimentos para casa e elevando consideravelmente a qualidade dos vinhos de
seus países.
Atualmente,
com o aquecimento global, novos desafios, bem como oportunidades surgem ao
redor do globo. Regiões onde outrora eram inimagináveis como produtoras de
vinho, passaram a ter condições climáticas favoráveis à produção, mas em contrapartida,
lugares consagradíssimos, não conseguem mais dar origem à uvas de qualidade,
sendo que somente o tempo irá dizer qual será a nova grande revolução no mundo
dos vinhos.
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